terça-feira, 2 de junho de 2009

A evolução da historiografia no mundo ocidental

UM NOVO MUNDO, POR QUE NÃO UMA NOVA HISTÓRIA?

1. Noções iniciais

Que é História?
Segundo a tradição esta é a forma de se começar o estudo da História: com a definição do seu conteúdo.
No entanto, muitas foram, e têm sido as respostas; assim, melhor que escolhermos uma definição qualquer, é procurarmos entender por que isso acontece.
Desde que os gregos criaram a palavra História, o conteúdo atribuído ao termo tem variado segundo as visões de mundo dos historiadores. E você já sabe que a forma dos homens conceberem o mundo depende muito do modo de vida da própria sociedade e, principalmente, da posição ocupada, por eles, dentro desta sociedade. Portanto, os fatores que possibilitam a produção ou retenção histórica estão condicionados pelo grau de consciência que os homens possuem de seu contexto histórico-cultural e de sua posição na sociedade, no mundo...
O homem vive e pensa. E escrevendo, concretiza sua idéia. Ou seja, a palavra escrita no papel é uma presença, é uma conquista de espaço no mundo. É, portanto, um documento. Um documento que registra um momento, um tempo, um estágio de vivência, um estágio de pensamento. Registra fatos que ocorrem em uma sociedade, em um determinado instante em um determinado lugar. Ora, ninguém pode fugir à sua condição humana, ou melhor, à sua condição existencial em um tempo e espaço determinados. É esse ser e estar vivendo em uma determinada sociedade que determina nossas atitudes, inclusive, é claro, nossa maneira de escrever.
Por tudo isso, quando estudamos História, quando travamos conhecimento com o trabalho realizado pelos historiadores através do tempo, precisamos ter a mente aberta, para, a todo momento, perguntarmos: essa história escrita por esse historiador é a história de quem? Para quem? A favor de quê? contra quem?
A resposta é bastante simples: mesmo em termos atuais de século XXI, ela seria negativa. Portanto cabem as perguntas:
- Onde está a História dos que não puderam, eles próprios escrevê-la?
- Onde está a História dos pobres, dos escravos, dos servos, dos operários...?
- Onde está a possibilidade de essas classes obreiras, registrando as suas experiências vividas, poderem nelas se basear, para terem atitudes mais maduras, mais construtivas, que contribuam para a sua libertação e para o seu crescimento, a partir de suas condições de vida?

2. O termo História

Os gregos foram os primeiros a utilizá-lo. “Histor”, originalmente, significava aquele que apreende, pelo olhar, aquele que sabe, o testemunho, aquele que testemunhou, com seus próprios olhos, os acontecimentos. E “História” (“his” + “oren”) significava apreender pelo olhar, aquilo que se sucede dinamicamente, ou seja, testemunhar os acontecimentos, a realidade.
“Hoje, ao pronunciarmos a palavra ‘História’, estamos diante de algo equívoco, dotado - ao menos - de três sentidos possíveis: o de realidade histórica, e historia nesse caso corresponde ao ‘conjunto dos fenômenos pelos quais se manifesta ou se manifestará a vida da humanidade’; o de conhecimento histórico, sendo a História, agora, não mais a realidade objetiva do movimento do mundo e das coisas, mas, em primeiro lugar, a observação subjetiva desse movimento pelo historiador e, em segundo, o registro dessa observação num relato escrito, numa obra histórica”. (GLÉNISSON).

3. Quem tem medo da História?!

São aqueles que usam os privilégios econômicos e políticos para oprimirem e desumanizar.
A vida é transformação e nós não devemos temê-la. Precisamos sim, lutar contra quem procura deter a vida. Lutar contra as forças de permanências.

4. Quem não tem medo da História?!

Quem procura construir um mundo novo, um homem novo, onde não seja difícil amar. A História é otimista, pois visa mudanças através da experiência. A própria dicotomia “opressores x oprimidos” traz o germe da mudança. O homem ainda não se fez “homem”. Apenas completou a sua mutação biológica.
Fazer História é usar o seu conhecimento para fazer um mundo e um homem novos.
Consciência histórica é conhecer as transformações vividas na sociedade (espaço) e no momento (tempo) em que se atua.

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